quarta-feira, 27 de junho de 2007

Do Fundo da Minha Mente

hm...
mexendo em algumas coisas aqui, encontrei alguns contos que escrevi faz um tempinho jáá, e estou disposto a postá-los aqui então...
e aí vai o primeiro ^^'

-- Sincero Repúdio --

- Vens comigo?
- Não.
- E por que?
- Nada em você me atrai.
- Direto, estúpido.
- Tudo isso, e sincero.
- Excessivamente.
- Mas é bem melhor assim.
- E você não pode nem tentar?
- Talvez.
- Então...
- Mas não hoje.
- E por que não?
- É meu direito.
- Como assim?
- É meu direito amar alguém, e ser fiel ao que eu sinto.
- E por quem é esse sentimento?
- Não por você.
- E por quem?
- Não alguém que você conheça.
- Por quem?
- Sinceramente, não te interessa.
- Você me interessa, e tudo sobre você também.
- Mas não me interessa lhe falar sobre mim.
- E não te interessa meu amor?
- Não.
- Mas já interessou?
- Um dia.
- E o que acabou com esse interesse?
- A sua vontade de me dominar.
- Eu nunca quis te dominar.
- Prendeu-me a este sentimento.
- Isso vem de você.
- Pode ser.
- Pode ser? Não! Vem de você.
- Sim? Então, se vem de mim, se é MEU, eu posso acabar com ele também.
- E por que acabar?
- Por que eu me proibi de viver, esperando você voltar.
- Isso eu nunca te pedi.
- Mas assim eu vivi, e sofri.
- Então, volte para mim, sabendo que não necessita ser assim.
- Sem volta.
- Nem minhas lágrimas te emocionam?
- A minha dor é muito maior e mais forte que suas lágrimas, e elas nunca te comoveram.
- Eu nunca soube dessa dor.
- Ela sempre esteve escrita em meus olhos.
- Eles sempre me pareceram sorrir.
- Isso mostra como você nunca me notou de verdade.
- Eu te conheço como ninguém.
- Não é o que parece.
- Eu não via tua dor, porque quando estava contigo, você se alegrava.
- Seus beijos e abraços me alegravam, mas você me machucava.
- Externamente?
- Internamente, e profundamente.
- Eu aprendi com meus erros.
- Você nunca reconheceu seus erros.
- Eu sei que não sou perfeito, me ajude a mudar. Venha comigo!
- Não mais.
- E por que não?
- Não sei mais amar.
- A pouco você me disse que estava amando alguém.
- Vês? Deixa-me tão irritado que até acaba com meus disfarces.
- O que não quer me contar?
- Nada...
- O que aconteceu?
- Eu já disse, não sei mais amar.
- E por que dizes isso?
- Tão cínico...
- Eu? O que tenho eu a ver com isso?
- Como assim o que tens a ver com isso? Tens TUDO a ver com isso! Foi por você quem sofri durante todo este tempo! Foi esse amor, esse amor que tive que compartilhar com outra pessoa! Esse amor compartilhado, do qual eu sempre recebia a menor parte!
- Podes dizer que era menor porque ficávamos pouco tempo juntos, mas sabes que é tu que amo de verdade!
- Amas? Se me amasse de verdade, a deixaria só, e viria comigo, sem medo de conseqüências.
- Eu não posso.
- Vês? É por isso que não sei mais amar. Todas essas desculpas, esses medos, essas esperas por um dia em que viveremos em paz, todo esse tempo perdido por você corroeu meu coração, minha vontade de ter alguém.
- Não digas isso, por nós, não diga isso.
- Nós? Não seja ridículo! Não existe mais “nós”. Existe apenas você, alguém que tem uma vida, um casamento e uma família para construir, e eu.
- Não é assim!
- É assim sim! Existe você, e eu, alguém que, após ter passado por tantas provações por sua causa, me tornei alguém sem sentimentos.
- Eu os acordo.
- Eu não preciso mais de você. Agora vá, e deixe padecer sozinho esse cubo de gelo que está vivendo bem melhor assim.

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