segunda-feira, 25 de agosto de 2008

Apenas Mais Um


Joguete, marionete, existência vazia, pronta pra ser manipulada, modelada, completamente modificada.
Pessoa perdida em devaneios, sem anseios, sem desejos.
Seguindo em frente apenas porque continua a respirar.
Não vê futuro, apenas os passos que dá para chegar em qualquer lugar, para ali ficar, apenas por estar, para mostrar que vive, que sonha, que tenta, que faz... Que nada, não faz é coisa alguma.
Os outros mostram suas garras, ele se deixa arranhar, e a falta de caráter dos que o rodeiam parece nunca o machucar.
Mas é que lá dentro dele, ele tentava guardar, todas as dores, problemas, raivas e decepções, mantendo todo o rancor incubado, guardado, inexplorado pensando no dia em que fosse explodir de tanta fúria, e dor, e mágoa, e pavor.
Ele guardou e manteve tudo escondido, silenciado, guardado lá nos confins dele mesmo,
e de tanto prender, esconder, ele acabou se perdendo em si mesmo.
Agora ele é só um fruto do silêncio, da escuridão. Não mais vive, apenas existe, habita, respira, se alimenta.
Sem propósitos, sem objetivos, sem sonhos, sem explicação de ser.
Ele é vazio, oco, sem perspectiva, sem vida. Ele deixa que os outros façam dele o que quiserem, não reage contra, apenas age a favor daqueles que querem o destruir, que querem vê-lo reagir. Ele não reagirá, pois é joguete, marionete, existência vazia, pronta pra ser manipulada, modelada, completamente modificada.
E assim permanecerá.

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