sábado, 22 de agosto de 2009

Incompreensível

E a cada passo, um retrocesso. Até onde seguir? Por aonde seguir? E por que?
Qual o motivo, qual a força que exerce para fazer continuar, se tudo que envolve, se tudo que faz parte disso enoja, enfraquece, entristece, enfim, deteriora a existência?
Qual a vontade de auto-destruição que faz querer mais e mais daquilo que te transforma em menos, menos?
Qual a pretensão em se ter como única verdade aquilo que na verdade é uma mera hipótese, uma opção dentre várias outras?
De que adianta acreditar que está seguindo em frente, em linha reta, quando na verdade é extremamente visível que está se andando para trás, e o pior, em círculos?

domingo, 16 de agosto de 2009

Acompanhadamente Só

Ele era estranho. Com certeza. Todos já haviam até desistido de cumprimentá-lo, pois sem a resposta vinda dele, se criava um silêncio constrangedor que faria até o mais bem humorado dos seres perder toda a sua alegria. E os olhos, olhos que pareciam penetrar na mente das pessoas só de serem encarados de relance. Ele era medonho. Por muitas vezes ficava durante horas sentado escrevendo loucamente em seu caderno, parecia que suas mãos estavam epilépticas e que o atrito entre o grafite e o papel fariam um incêndio incontrolável.
Ele era diferente. Muitos tentaram proximidade, ele apenas olhava com desdém e seguia andando. E era extremamente inteligente. Mas mesmo assim, não deixava que ninguém usufruísse dela.
Era útil e inútil, e ninguém sabia porque ele era assim. Dizem que, antes de chegar aqui, ele já havia sido um garoto muito feliz, muito descontraído, mas de tanto se decepcionar, de tanto ver que nada e ninguém vale a pena senão ele, ele se fechou. Criou uma redoma intransponível e fez com que todos se sentissem sempre inferiores a ele. Ele era superior, ele era único, ele era dele mesmo.
Pra que viver com os outros se sempre iria se machucar? Ele faria tudo da forma que quisesse, e jamais se sentiria mal. E também não se sentia só. Ele tinha a ele mesmo e ao mundo que ele criou. Aos olhos dos outros, um puro mundo de ilusão.
Para ele, a única forma de se manter em paz.

sábado, 15 de agosto de 2009

Essência do Veneno que Corre em Minhas Veias

Simples assim. Eu não tenho escrúpulos. Nunca matei, mas nunca faltou a vontade. Nem oportunidades. Eu quase matei um garoto uma vez, enforcado, na balada. Só não matei porque fiquei com medo de acontecer algo pior a mim. Mas por ele, não. Por ele eu realmente o teria matado, de alguma forma pior se tivesse tido chance.
Não me considero atraente, meu pessimismo, sempre iminente, atinge até a mim mesmo. Mas, de alguma forma, eu já conquistei muitas pessoas. As minhas palavras são boas, eu sou bom em utilizá-las, e consigo fazer realmente uma pessoa se apaixonar por mim e acreditar que eu vivo somente para ela. Já namorei 4 pessoas ao mesmo tempo, e caso ocorresse algum contra tempo, de encontro de informações de um a outro, eu sempre consegui me sair bem dessas situações. E ainda, consigo fazer as pessoas se apegarem a mim. Existem pessoas que mesmo depois de terminarem comigo, e de dizer que sentiram raiva, continuam a me amar. Eu mantenho uma coleção de corações na estante, para as vezes, quando preciso de carinho, eu revivo alguns deles, só pra não me sentir sozinho.
Não tenho medo de passar por cima das pessoas pra conseguir o que eu quero. Acabo com a vida de uma pessoa se for preciso pra conseguir o que eu desejo, mesmo que seja a mais ínfima das coisas. O mundo é meu, então, as regras que o regem também são minhas.
Não tenho medo de continuar assim. Nem tenho medo de ficar sozinho, até porque sei que isso jamais irá acontecer comigo. Eu costumo dizer todas essas coisas as pessoas quando as conheço, que sou manipulador, ciumento, ganancioso, orgulhoso, prepotente, e todas essas coisas que todos dizem não gostar em uma pessoa. Alguns não acreditam quando eu digo, outros dizem que vão me fazer mudar, e outros dizem que não se importa. Eu é quem não me importo com o que vão dizer de mim depois, eu apenas digo: Eu avisei. E mesmo assim, as pessoas continuam a gostar de mim. Eu não tenho culpa. Eu sou assim.

sexta-feira, 7 de agosto de 2009

Pandemia de Lucro

Eu já estou com elefantíase escrotal de tanto ouvir falar nessa maldita gripe, de verdade.
E finalmente, alguém escreveu um texto dizendo exatamente o que eu penso, usando argumentos que TALVEZ façam as pessoas perceberem que isso tudo, é muito barulho por pouco.
Segue abaixo o mencionado texto.

Que interesses econômicos se movem por detrás da gripe suína?
No mundo, a cada ano morrem milhões de pessoas vitimas da Malária que se podia prevenir com um simples mosquiteiro.
Os noticiários, disto nada falam!
No mundo, por ano morrem 2 milhões de crianças com diarréia que se poderia evitar com um simples soro que custa 25 centavos.
Os noticiários disto nada falam!
Sarampo, pneumonia e enfermidades evitáveis com vacinas baratas, provocam a morte de 10 milhões de pessoas a cada ano.
Os noticiários disto nada falam!
Mas há cerca de 10 anos, quando apareceu a famosa gripe das aves os noticiários mundiais inundaram-se de noticias.
Uma epidemia, a mais perigosa de todas…Uma Pandemia!
Só se falava da terrífica enfermidade das aves.
Não obstante, a gripe das aves apenas causou a morte de 250 pessoas, em 10 anos… 25 mortos por ano.
A gripe comum, mata por ano meio milhão de pessoas no mundo. Meio milhão contra 25.
Um momento, um momento. Então, porque se armou tanto escândalo com a gripe das aves?
Porque atrás desses frangos havia um “galo”, um galo de crista grande.
A farmacêutica transnacional Roche com o seu famoso Tamiflú vendeu milhões de doses aos países asiáticos.
Ainda que o Tamiflú seja de duvidosa eficácia, o governo britânico comprou 14 milhões de doses para prevenir a sua população.
Com a gripe das aves, a Roche e a Relenza, as duas maiores empresas farmacêuticas que vendem os antivirais, obtiveram milhões de dólares de lucro.

Antes com os frangos e agora com os porcos.

Sim, agora começou a psicose da gripe suína, e todos os noticiários do mundo só falam disso.
Já não se fala da crise econômica, nem dos torturados em Guantánamo, só a gripe suína.
E eu me pergunto: se atrás dos frangos havia um “galo”, atrás dos porcos, não haverá um “grande porco”?
A empresa norte-americana Gilead Sciences tem a patente do Tamiflú. O principal acionista desta empresa é nada menos que um personagem sinistro, Donald Rumsfeld, secretario da defesa de George Bush, artífice da guerra contra Iraque.
Os acionista das farmacêuticas Roche e Relenza estão esfregando as mãos, estão felizes pelas suas vendas novamente milionárias com o duvidoso Tamiflú.
A verdadeira pandemia é de lucro, os enormes lucros destes mercenários da saúde.
Não nego as necessárias medidas de precaução que estão sendo tomadas pelos países. Mas, se a gripe suína é uma pandemia tão terrível como anunciam os meios de comunicação, se a Organização Mundial de Saúde se preocupa tanto com esta enfermidade, porque não a declara como um problema de saúde pública mundial e autoriza a fabricação de medicamentos genéricos para combatê-la?
Prescindir das patentes da Roche e Relenza e distribuir medicamentos genéricos a todos os países, especialmente aos pobres, essa seria a melhor solução.

terça-feira, 4 de agosto de 2009

Um Dia

Um dia percebemos, que nós iremos, sim, nos arrepender do que não fizemos, mas nos arrependeremos mais ainda do que fizemos e que mudou nossa vida de uma forma que nós não queríamos, e agora não dá mais para voltar atrás.
Um dia iremos perceber que aproveitar a vida e as pessoas que passam por ela é importante, sim, mas seria muito mais importante cultivar uma única pessoa, para que não nos sintamos sozinhos mais tarde.
Um dia iremos perceber que devemos, sim, gostar muito mais de nós mesmo, e pensarmos primeiro no nosso bem estar, mas perceberemos, também, que às vezes, as outras pessoas são necessárias para acabarem com a nossa solidão.
Um dia iremos perceber que devemos fazer coisas que nos dêem algum futuro, mas perceberemos também, que se nós nunca fizermos aquilo que realmente gostamos, nunca haverá satisfação completa.
Um dia iremos perceber que estamos muito pertos do fim, e que já fizemos tanto, mas perceberemos também, que já é tarde demais pra fazer tudo aquilo que tivemos a chance de fazer e não fizemos.