quinta-feira, 20 de junho de 2013

Língua Morta

Eu só queria te dizer como dói. Ontem, depois desses meses todos, eu decidi abrir a gaveta. Aquela gaveta, que eu te dei pra guardar as tuas coisas, pra você chamar de tua, quando eu te chamei pra mim. Pra me chamar de tua. A última vez que eu a abri, foi quando eu joguei todas as tuas coisas de qualquer jeito dentro de uma sacola de lixo e atirei pela janela. Tudo que era seu foi expulso. Só ficou a caixa na gaveta. A camisa que era tua, e que eu usava pra dormir, que eu nunca te vi vestido. A tua marca no colchão.