quinta-feira, 6 de agosto de 2015

Como você está?

Se você pergunta como estou, eu realmente demoro a responder
O hábito de se iniciar uma conversa com esta pergunta
Religiosidade social
Não demonstra qual a verdadeira intenção
Tenho navegado oceanos profundos na minha autocompreensão
(E a água é elemento recorrente em minhas divagações)
E me pego em dias de euforia incontrolável, em outros de extrema frustração
Ainda me falta equilíbrio, me falta um pouco de prumo
Um norte pra onde navegar
Me afogo nas verdades mais duras, nas palavras proferidas
Nos meus traumas mais profundos, nas verdades impostas
Em tudo que eu guardo pra mim, em tudo que me faz explodir
Num cotidiano sem rotina de escaladas e quedas
Sendo assim, quando você me pergunta
Tudo bem?
Eu não sei se te respondo
Religiosamente
A resposta padrão, a liturgia do dia-a-dia
Ou se te digo o que realmente se passa
Pois, por vezes, acredito, que você não irá compreender
O que sou, o que sinto, o que vi
E como estou

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