segunda-feira, 29 de novembro de 2010

Grito de Sufoco.

Envolto em questionamentos, eu tento seguir em frente. Porém, a cada passo dado, eu sinto como espinhos sob minha pele, se aprofundando cada vez mais, até encontrar a maneira certa de arrancá-los.
Em cada toque que recebo, é como se adentrasse cada vez mais em mim o desejo de te ter sempre junto a mim, com sua pele totalmente ligada a minha, não confundindo isso com desejos carnais, profanos, não. Mas com pureza, com delicadeza, com carinho. Desejos profundos de dedicar todo o meu zelo a uma única existência.
Porém, muito mais do que sua pele, não há sensação mais intensa que a que tenho quando seus olhos encontram os meus. Olhos que me percorrem, que me hipnotizam, que entram em contato com minha alma e movimenta cada partícula do que hoje eu sou, e do que eu estou me tornando, graças a tudo isso que está, ao mesmo tempo, me alimentando, me dando forças, e também me corroendo, me desestruturando aos poucos.
Em dúvida, não sei se expresso, se transformo tudo isso que eu sinto em atos, em palavras, ou se devo reprimir, para que assim nossas vidas sigam como antes, como se nada realmente houvesse acontecido.
Eu não sei o que esperar disto, e isso me corrói, me destrói, e me alimenta.

segunda-feira, 15 de novembro de 2010

Todo Entregue

Desprotegido,
sem escudos, sem armas,
sem forças,
e totalmente violado.

Percorre minhas entranhas,
Me faz contar todas as verdades,
Me tortura até extrair o segredo mais escondido.

Perturbador,
Sinto como se gritasse em meus ouvidos,
Ecoasse em minha mente,
E me obrigasse a me entregar a este contato.

Invadido,
pelo jeito que você me olha,
que me leva ao êxtase,
e que também me faz refém
do fundo de seus belos olhos negros.

sábado, 6 de novembro de 2010

Êxtase

Alternando entre movimentos
Lentos e rápidos
Movimentos de bocas, de pernas, de braços
Apenas para manter o corpo quente.

Não apresse as coisas,
Tudo corre de maneira certa,
ritmada, até que os primeiros sons saiam.

E aí, é um entra e sai,
um ritmo constante e ensaiado,
de quem aprendeu com muita técnica,
ah! isso com certeza.

Mas também, com uma pitada de improviso,
pois é claro, que cada vez é diferente,
melhor ou pior,
mas sempre uma nova experiência.

Luz acesa, luz apagada,
o que importa é, nós não paramos,
e eu sinto todo o meu corpo estremecer
a cada vez que isso me puxa para frente,
e relaxo quando saio de dentro de toda a pressão.

Pode levar horas, pode ser rápido,
mas eu aguento o tempo que for pelo ápice da sensação,
quando as luzes todas se acendem,
e eu apenas ouço as palmas se chocarem várias e repetidas vezes,
e um coro de aplausos coroa o nosso espetáculo.