Não sei nem se deveria, pequeno, mas preciso contar-te, sussurrando em teu ouvido, o que me causa a tua presença. Te contar, sim, sussurrando, pra que não ouçam os outros, pra que eu não me denuncie. Pra que você não me denuncie. Sim, pequeno, porque se conto em sussurros, se presume o segredo, e eu gostaria que você guardasse, sem rancor, somente pra você, o que eu venho a te confessar agora. Confissão essa, que faço, quase como se faz a um padre, pequeno. Porque o que te conto agora soa, até para mim, em pensamento, como pecado. Mas eu preciso dividir contigo, o que me causa estar ao teu lado.