E a porta bateu de novo. Ele não se levantou para ver o que era. Ele sabia, era só o vento.
Mais uma vez, só o vento da janela que deixou aberta desde o momento em que se viu destruído e caiu na cama, pra não mais levantar. E o vento, que não cansava de bater as portas de sua casa, para quem sabe, tentar fazê-lo acreditar. Fazê-lo levantar do seu estado de desistência.
Antes, quando ouvia bater a porta, levantava-se, esperando ele chegar correndo e cair em seus braços, ao seu lado na cama.
Agora, não espera mais por nada.
Sabia que não era certo se entregar assim, deixar que toda a sua vida fosse destruída. Era apenas um fim. Apenas mais um fim.
Mas não era tão fácil assim. Não dessa vez. E então, ele deixava a tristeza corroer todo seu corpo.
E lá ficava, a porta batida, os passos que não mais vem em sua direção. Afinal de contas, era só o vento. Mais uma vez.
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