quinta-feira, 28 de fevereiro de 2013

O homem que venceu o banco imobiliário


No próximo ato ele irá abraça-la. Ternamente. Colocará a mão direita em suas costas e, segurando em sua mão esquerda, fará com que ela incline seu tronco para trás, inclinando seu próprio sobre o dela, como se dançassem. Mas estão parados, ambos.
Os olhos vidrados. Um encarando o outro. Os dois corpos imóveis, como estátuas. Como que enfeitiçados, esperando que o feiticeiro que os petrificou os tire daquela situação.
Como se presos aos olhos um do outro.
Reinavam solitários na sala vazia. As paredes, o teto e o chão completamente brancos, assim como suas vestes e a pele de ambos.


As primeiras gotas que chegaram ao chão eram de um tom diferente do chão. Ou do teto. Ou das vestes de ambos.