sexta-feira, 27 de janeiro de 2012

Motim

Iniciaram a revolta na praça central da cidade. Bradiam pedaços de pau e gritavam palavras sem sentindo pedindo por. Caminhavam, invadindo o espaço dos carros nas ruas, atravessavam os caminhos, caminhavam na contramão, subiam nos carros, pulavam por cima das pessoas cachorros gatos humanos veículos bicicletas motos. Revoltados, pediam. Erguiam as mãos livres de pedaços de paus arames ferros animais humanos dando socos no ar para demonstrar sua força virilidade poder pedindo clamando gritando invadindo. Enfrentaram a polícia sem flores nas ruas invadidas e pisoteados por homens cavalos continuaram seguindo sangrando pelas ruas em direção. Percebiam os revoltados que os revoltados se revoltavam com os revoltados e revoltavam-se com a revolta. Um soco no ar atingiu o rosto de um revoltado da mão de outro revoltado punho fechado dente no chão. Saiu a polícia e o pedaço de pau da mão do revoltado acertou a cabeça do rebelde que assustado arremessou seu ferro que atingiu a mão erguida de outro revoltado.
Tamanha violência ridícula causada por jovens inconscientes comoveu a sociedade, e eles resolveram, no dia seguinte, se reunir para uma passeata. Durante as conversas, resolveram que era culpa da polícia segurança educação governo política. Era necessário que tivessem força, presença, poder.
Iniciaram uma revolta. Na praça central da cidade.

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