quarta-feira, 9 de julho de 2014

Em silêncio, enfim

Pisei com receio nas pedras 
Ouvi as tuas verdades incertas 
Desci a rampa, com medo 
E desenhei teus olhos vagos 
Numa folha de papel qualquer 
Tentei colocar ali alguma cor 


Com o barco velho e abandonado 
Sonhei roubar e colocá-lo no rio 
Fechar os olhos 
Ser carregado pela correnteza 

Que me leve à uma cachoeira 
Me despedace em suas pedras 
Ou me afogue em um redemoinho 
Quem sabe até 
Pare à beira de uma tribo indígena 
Pra eu recomeçar 

E ao sentar no chão molhado 
Te observei, enfim 
Sorrindo 
Com a doçura de uma criança travessa 
E abandonando, enfim, a tua armadura 
Que mais te fere do que te protege 

Olhei ao redor, admirei o cenário 
E vi ali, o lugar perfeito 
Para um encontro de amor 
Para um dia especial 
Para uma morte silenciosa 
Para a despedida dos anjos 
E para o início do fim de mim

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