com quem falo
quando abro a porta
e o rosto que vejo
me traz poucas lembranças?
com quem falo
se não reconheço
depois de tantas partidas
das rotas desconhecidas
com novo brilho nos olhos
palavras novas na boca
histórias que não compreendo
portos que nem sei o nome
oceanos em que não naufraguei
perfumes de extratos selvagens
sabores de outras bocas
este corpo que está em minha frente
e que sorri alegremente
com uma feição carinhosa
e repleta de saudade?
com quem falo
se quem voltou
não faz mais parte
do que agora eu sou?
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