quando sangram as mãos
perfuram a pele
rasgam os tecidos
atravessam as veias
e ainda assim
não há como soltar
o ramo com espinhos
por mais que machuque
que a ardência seja infinda
que os cortes sejam profundos
que as dores sejam incontáveis
eu ainda não abandono
o ramo com espinhos
pela falta de todas as cores
por ainda sentir os perfumes
por lembrar das pétalas das flores
por desejar uma eterna primavera
por estar preso ao jardim que não mais existe
eu seguro cada vez mais forte
o ramo com espinhos
que sobrou em nosso terreno
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