se ao passar por tantos corpos
tantos gostos, tantos toques
essa mão tão almejada
não se encontra ao alcance?
se o caminho é tão oblíquo
se os copos são tão cheios
se o volume tá tão alto
se os passos são tão tortos
se os outros são tantos
e são tão volúveis, entretanto
de que vale tudo isso, afinal?
se preenche só um pouco
evapora tão depressa
e a presença desejada
vira só uma ilusão
se a máscara sorri
se os dias são escuros
se as verdades são ocultas
se os segredos são diversos
se os desejos são reprimidos
se a carne apodrece
e o peito esvazia
de que vale tudo isso, afinal?
quando volta pro teu quarto
e as canções não dizem nada
que te faça mais sorrir
e um verso do velho Buk
tem sido tua visão da vida
de que vale tudo isso, afinal?
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