Ele falava, falava, falava, mas não dizia nada. Dizia muito sem falar um A.
Expressava mas não significava. Contava mas não completava.
Tentava, mas não continuava. Vivia, mas não valia nada.
Falava, falava, falava. Mas nada acrescentava.
Todos olhavam para ele, a dizer: ele é um nada.
Observava tudo, e nada notava.
Queria tudo, mas nada conquistava.
Almejava a glória, e retornava a escória.
Não sabia se podia, mas sempre pôde saber que não tentaria descobrir se conseguiria.
Era a mistura de tudo, se mostrando com uma face de nada.
Era todo o querer, com aquele ar de jamais poder.
Era toda coragem voltando a ser o pior dos medos.
Toda a expressão de horror resumida em um sorriso bem aberto.
Era a contradição, com todo aquele jeito de uma única opinião.
Um amor tão forte, que o ódio consumia e se tornava dono.
A mais profunda era de caos, no tempo mais bonito de paz.
Um mar revolto cuja imagem lembre a de uma calmaria até então desconhecida.
A beleza mais feia explícita no rosto jovem mais velho que aqueles que vêem no mundo, jamais viram.
A decadência visível levando a uma ascendência imprescindível.
A crença de que o sobrenatural não seja nada mais do que o real.
A convicção de que a dor da morte é o início da alegria da vida.
Todo o caminho do fim, levando apenas novamente para o início.
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