Releitura do meu texto O Quarto Cinza; Ou qualquer outro lugar dentro de cada um de nós; escrito por Ricardo Michelli e postado em seu fotolog no dia 04/04/2010. Releitura permitida pelo autor original, e completamente aprovada. Condiz muito com os meus atuais pensamentos sobre mim, sobre nós, sobre o todo. E sobre todos os mundos. Ou simplesmente sobre o mundo que levamos em nós mesmos.
Eu nunca tive medo das pessoas, sempre temi o demônio que existe dentro de cada uma delas. Por mais parecido que um dia seja com o outro, nunca faremos as coisas da mesma forma.
Quando eu quis te conhecer a idéia foi de não pensar como seria e simplesmente apostar todas as fichas na mesa.
Não esperava que de repente muita coisa ganhasse vida novamente e me trouxesse a necessidade de ir para o inferno e tratar de negócios.
Então me perguntará: que negócios se trata no inferno?
Simples: em relação ao demônio que guardamos dentro de nós, existe uma espécie de manual da boa conduta que se resume na seguinte expressão "Deus cria e o Diabo molda aos seus olhos". Então eu fui e rapidamente retornei.
A sensação de voltar do inferno?
No mínimo intrigante. eles de fato sabem como fazer negociatas por lá, acredite, conseguir um visto de permanência neste plano não é tão complicado assim, o único requisito é que você tenha coragem, crença nos seus próprios esforços e cumpra cada uma das tarefas que assumir pelo caminho traçado.
Enquanto eu fui, negociei, me desfoquei e quase te perdi, simplesmente criei uma redoma onde você e a melhor parte de mim pudessem ficar em segurança, sem que nada e nem ninguém contaminasse o que existia ali.
Não me esqueci em momento algum de que o tempo passa, e que o mundo jamais espera, semplesmente abandona quem fica parado, para trás. A inércia infelizmente não condiz com a existência.
Ao olhar para o lado eu vejo que nem sempre as coisas são como se planeja e quem lhe pede a provação não sabe ao menos a direção.
Nunca sentiremos novamente o que sentimos um pelo outro, mesmo que busquemos cicatrizar os ferimentos ou então viver em uma redoma para simplesmente não ganhar uma nova cicatriz e cultivar algo já existente.
Pode ser quem sabe a solução de quem já se declara o perdedor para que um jogo onde não deveria sair um vencedor.
Ao som de tal ciranda é preciso pensar naquilo que te prende, no desatar das correntes, o quitar das dívidas e realizar negociatas com as pendências, antes que tudo o que você se lembra e preserva se perca no fogo e queime, no fogo que tudo queima, o fogo do tal tempo, que apaga, que cicatriza, e que, principalmente, esquece, faz e ajuda esquecer.
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