terça-feira, 22 de setembro de 2020

a mão do carrasco é a minha

só eu sei o quanto eu quis que você me quisesse, quando nem eu mesmo me queria

você foi gosto na boca, olhar nos olhos, arranhão na mão, beijo no escuro

e também foi desejo distante, segredo velado, paixão platônica, amor unilateral

você esteve incompleto, mesmo quando eu estive inteiro, na medida do meu possível

sexta-feira, 4 de setembro de 2020

nó górdio

 se só por hoje não doesse

ou só por hoje, eu não lembrasse

se apenas um dia eu esquecesse

se de uma vez eu apagasse

terça-feira, 18 de agosto de 2020

escala desarmônica

se ele não te enxerga do jeito que você espera,

não é culpa sua

aqueles olhos podem não ler a história que você escreveu sobre vocês dois

em cada movimento, em cada toque, em cada chiste escondendo mil verdades

quarta-feira, 12 de agosto de 2020

quarta-feira, 6 de maio de 2020

sexta-feira, 24 de abril de 2020

O riso perdido

Da minha infância, tenho poucas lembranças claras. Fico bastante surpreso quando ouço pessoas dizendo que lembram de situações de quando tinham 3, 4 anos. Pra mim, todo esse período da minha vida é um imenso borrão. Um vazio que é preenchido por memórias de outras pessoas, que conviveram comigo nestes períodos e me relatam fatos. Construo minha história desta época com base nas verdades dos outros.

quinta-feira, 23 de abril de 2020

o dia que eu deixei de te amar

estava frio e cinzento
no dia que eu deixei de te amar
nublado, como dias de inverno sempre parecem ser
as nuvens se acumulando nas bolsas dos olhos
os trovões se espalhando nas paredes do meu estômago

segunda-feira, 17 de fevereiro de 2020

Carta de Fundo de Gaveta; ou a pantografia do seu futuro

Quando Gravity, da Sara Bareilles, me vem à cabeça, você vem junto com ela. Como um trecho da música que nunca foi escrito mas sempre, sempre está lá no exato instante em que eu aperto o play. Assim como ouvir Jay Vaquer, Paolo Nutini, ou Carla Bruni. Você sempre está lá.