quando os lobos uivarem
as ondas baterem
os rios se encontrarem
eu vou esquecer
for estação de morangos
as folhas renascerem nos galhos
as sementes germinarem
eu vou esquecer
quando os carros passarem
os trens colidirem
os passos cessarem
eu vou esquecer
esquentar no inverno
chover no deserto
vivermos em orion
eu vou esquecer
quando for dia de são joão
todos os santos cantarem em uníssono
as cordas das harpas mantiverem a harmonia
eu vou esquecer
não olhar mais para os lados à procura das sombras
as imagens no espelho não guardarem mais surpresas
o toque áspero se tornar macio
eu vou esquecer
quando houver paz ao respirar
novos perfumes na sala
outros sonhos ao deitar
eu vou esquecer
o zodíaco se realinhar
câncer sair de órbita
leão assumir o cosmos
eu vou esquecer enfim
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