- Parecia meio turvo quando olhava para o lado
- Aceite o toque e você será perdoado
- Um tanto vazio, um tanto perdido
- Havia luz onde você não enxergou
- Os caminhos se perdiam
- O caminho era claro e belo
- As vozes enchiam de medo
- As vendas tinham um nó muito forte
- Clamavam pelos meus pecados e pelos meus erros
- Apertado todos os dias pelas tuas próprias mãos
- Aproveitavam-se das fraquezas, as hienas
- Nossas próprias mãos, as que compartilhamos
- Os ecos eram ensurdecedores
- O momento era aguardado
- Ninavam o sono e perturbavam os sonhos
- A música da noite era abafada pelos gritos
- Os pântanos escuros, as vielas sem luz
- Mas ainda assim ela era cantada
- Corpos perdidos no breu das perdições
- Por todos os espaços iluminados
- As tentações eram tamanhas
- Não cegue, não segue
- O sufoco, o estrangulamento
- Não deixe alterar o peso da tua libra
- As mãos ao redor do pescoço
- Encoste os dedos nas superfícies mais limpas
- Sem cor e sem forma, mas com muito peso
- Esteja leve ao encontrar os reflexos
- A mão sobre o ombro, o corpo sem sombra
- Os espelhos plenos do brilho dos olhos
- A sombra repleta do crepúsculo dos dias
- Os olhos que observam os teus passos, e aguardam
- Os becos sem saídas, as portas entreabertas
- Que as portas estejam abertas para poder respirar
- As leis que eu não seguia, as ordens que eu obedecia
- E replicar os versos que você mesmo cantou
- Os porcos que eu alimentei
- As telas que você coloriu
- Ao abrir as portas e as janelas
- E ao abrir as portas e as janelas
- Aceita o toque
- E você será perdoado
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